Fiquei com preguiça de olhar, mas creio que já disse aqui no blog que tenho uma certa dificuldade de comer certas coisas saudáveis. Às vezes é por preguiça de preparar mesmo, às vezes é por achar que a receita tem algum ingrediente que não me agrade. As desculpas são muitas. Mas há tempos eu queria comer abobrinhas. Mas não aquela simples refogada, em rodelas ou cubinhos, ou daquelas “barquinho”. Queria comer de uma forma que ela estivesse incorporada a outros ingredientes que a tornassem mais atrativa a meu paladar enjoado.
Então, conversa vai conversa vem, no msn, falava com uma conhecida sobre cerejas. Até que ela comentou sobre uma receita que provou chamada Clafoutis. Eu nunca tinha ouvido este nome na vida. Já pensei, é comida de gente metida a besta (eu e meus preconceitos, rsss). Mas no final das contas, acabamos por fazer uma pequena busca na internet e descobrir várias receitas de Clafoutis.
Mas o que é afinal o tal Clafoutis? É comida de gente fresca? Bem, depende da opinião de cada um. Para mim deixou de ser e passou a ser uma opção no cardápio pouco imaginativo que costumo fazer. Dizem por aí que clafoutis ou clafouti é um prato de origem francesa, que a princípio era uma sobremesa, um prato doce. Mas, o gênio criativo sempre transforma água em vinho sem precisar ser o irmão mais ilustre. E de doce passou a ser algo mais amplo. O clafoutis mais tradicional é de cereja, e a palavra clafouti seria derivada de clafir, que significaria rechear em provençal (língua falada no sul da França). Se o prato é feito com outras frutas que não as cerejas ganha outro nome, Flognarde. Mas fiquemos com o Clafoutis mesmo. E ainda por cima, com os Clafoutis salgados. A consistencia do Clafoutis lembra a do pudim, mas a forma é livre, podendo-se fazer em fôrmas de quaisquer formatos, porém a fôrma tradicional é a redonda sem furo central. Basicamente em todos os Clafoutis vai ovos e um pouco de farinha de trigo, em quantidades que permitam aquela consistência de pudim.
Foi atrás de Clafoutis que encontrei uma forma agradável de fazer abobrinhas. Lá fui eu comprá-las (aqui em Portugal são chamadas de Courgettes), lindas, graúdas. Chegando em casa nem sabia se descascava, cortava ou o que. Então revendo a pesquisa na internet com a colega, resolvi me preparar para a batalha com as abobrinhas.
Fiz Clafoutis de Abobrinhas. Comemos, sobrevivemos. Ficou mesmo bom! Então fica aqui a receita para quem quiser provar. Esta não é a original. Fiz minhas adaptações. Mas deixo o link para quem quiser conferir a receita no blog La Cucinetta. Aproveitem e leiam o texto que vem antes da receita que é bem interessante.
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CLAFOUTIS DE ABOBRINHA
(adaptada do blog La Cucinetta)
Ingredientes:
2 abobrinhas grandes azeite 4 ovos inteiros50 ml de leite
100 g de queijo mussarela ralado manjericão fresco picado 1 colher (sopa) de farinha de trigo 1 dente de alho picado sal e pimenta-do-reino à gosto
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Modo de Preparo:
Pré-aqueça o forno a 200ºC. Corte as abobrinhas em cubinhos pequenos e refogue em azeite até que fiquem douradas. Reserve. Em uma tigela, bata os ovos, o queijo, o manjericão, a farinha e o alho picado. Junte a abobrinha refogada, tempere com sal e pimenta e misture muito bem. Coloque em uma fôrma redonda untada, e leve ao forno por cerca de 30 minutos, ou até fique ligeiramente dourado. Sirva quente, morno ou frio.
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Algumas variações possíveis que já testei: trocar o queijo mussarela por queijo fresco picado em cubos, ou trocar o leite por creme de leite. Fica bom demais.