Clafoutis de Abobrinha

Fiquei com preguiça de olhar, mas creio que já disse aqui no blog que tenho uma certa dificuldade de comer certas coisas saudáveis. Às vezes é por preguiça de preparar mesmo, às vezes é por achar que a receita tem algum ingrediente que não me agrade. As desculpas são muitas. Mas há tempos eu queria comer abobrinhas. Mas não aquela simples refogada, em rodelas ou cubinhos, ou daquelas “barquinho”. Queria comer de uma forma que ela estivesse incorporada a outros ingredientes que a tornassem mais atrativa a meu paladar enjoado.

Então, conversa vai conversa vem, no msn, falava com uma conhecida sobre cerejas. Até que ela comentou sobre uma receita que provou chamada Clafoutis. Eu nunca tinha ouvido este nome na vida. Já pensei, é comida de gente metida a besta (eu e meus preconceitos, rsss). Mas no final das contas, acabamos por fazer uma pequena busca na internet e descobrir várias receitas de Clafoutis.

Mas o que é afinal o tal Clafoutis? É comida de gente fresca? Bem, depende da opinião de cada um. Para mim deixou de ser e passou a ser uma opção no cardápio pouco imaginativo que costumo fazer. Dizem por aí que clafoutis ou clafouti é um prato de origem francesa, que a princípio era uma sobremesa, um prato doce. Mas, o gênio criativo sempre transforma água em vinho sem precisar ser o irmão mais ilustre. E de doce passou a ser algo mais amplo. O clafoutis mais tradicional é de cereja, e a palavra clafouti seria derivada de clafir, que significaria rechear em provençal (língua falada no sul da França). Se o prato é feito com outras frutas que não as cerejas ganha outro nome, Flognarde. Mas fiquemos com o Clafoutis mesmo. E ainda por cima, com os Clafoutis salgados. A consistencia do Clafoutis lembra a do pudim, mas a forma é livre, podendo-se fazer em fôrmas de quaisquer formatos, porém a fôrma tradicional é a redonda sem furo central. Basicamente em todos os Clafoutis vai ovos e um pouco de farinha de trigo, em quantidades que permitam aquela consistência de pudim.

Foi atrás de Clafoutis que encontrei uma forma agradável de fazer abobrinhas. Lá fui eu comprá-las (aqui em Portugal são chamadas de Courgettes), lindas, graúdas. Chegando em casa nem sabia se descascava, cortava ou o que. Então revendo a pesquisa na internet com a colega, resolvi me preparar para a batalha com as abobrinhas.

Fiz Clafoutis de Abobrinhas. Comemos, sobrevivemos. Ficou mesmo bom! Então fica aqui a receita para quem quiser provar. Esta não é a original. Fiz minhas adaptações. Mas deixo o link para quem quiser conferir a receita no blog La Cucinetta. Aproveitem e leiam o texto que vem antes da receita que é bem interessante.

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CLAFOUTIS DE ABOBRINHA

(adaptada do blog La Cucinetta)

Ingredientes:

2 abobrinhas grandes
azeite
4 ovos inteiros
50 ml de leite
100 g de queijo mussarela ralado
manjericão fresco picado
1 colher (sopa) de farinha de trigo
1 dente de alho picado
sal e pimenta-do-reino à gosto

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Modo de Preparo:

Pré-aqueça o forno a 200ºC. Corte as abobrinhas em cubinhos pequenos e refogue em azeite até que fiquem douradas. Reserve. Em uma tigela, bata os ovos, o queijo, o manjericão, a farinha e o alho picado. Junte a abobrinha refogada, tempere com sal e pimenta e misture muito bem. Coloque em uma fôrma redonda untada, e leve ao forno por cerca de 30 minutos, ou até fique ligeiramente dourado. Sirva quente, morno ou frio.

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Algumas variações possíveis que já testei: trocar o queijo mussarela por queijo fresco picado em cubos, ou trocar o leite por creme de leite. Fica bom demais.

Dinoparc, Dino-RPG e Miconejo (Jogos em flash online)

Semana passada falamos dos joguinhos em flash online da Motion-twin. Hoje continuamos falando de mais três destes joguinhos de criancinha adoráveis. Estes três joguinhos (Dinoparc, Dino-RPG e Miconejo) são ótimos para ensinar as criancinhas a ter responsabilidade ao cuidar de um animal de estimação, principalmente o Miconejo. Nos três jogos há opções em diferentes idiomas para jogar, assim como é necessário ter um e-mail válido para o caso de perder a senha ter como recebe-la.

dinoparc1O primeiro, Dinoparc, é o mais complicadinho pelo que vi até agora. Você entra e para começar adota um Dino, ou melhor, compra mesmo. Com o passar do tempo você pode juntar dinheiro para comprar mais Dinos. Estes Dinos são dinossauros virtuais que buscam por um dono que cuide deles. E você vai cuidar dos seus bichinhos lutando contra outros Dinos, explorando o mundo da Dinolândia e cumprindo missões. Também existem torneios em alguns lugares de Dinolândia dos quais pode participar com seus Dinos e chegar ao Hall da Fama. O Dino tem várias habilidades e ações disponíveis. Por dia o Dino só pode movimentar-se uma única vez, além de lutar. Mas com moedinhas de ouro que acumule pode ir ao mercado e comprar uma poção que lhe permita movimentar-se uma vez extra. Enquanto você estiver off line no jogo seu Dino pode ser atacado o que lhe obriga a dar uma passada no jogo de vez em quando ao menos para ver se ele continua vivo. Sim, o Dino pode morrer, e depois tem que ser ressucitado. Em cada combate que você ponha seu Dino ele ganha experiência para evoluir para um novo nível além de moedinhas de ouro. Não gostei muito deste. Mas gosto não se discute. Vá conhecer o jogo pois, talvez, você goste.

dinorpg2O segundo jogo é o DinoRPG. É, tem que começar o jogo adotando um Dino também. Mas ao contrário do Dinoparc, aqui seu Dino não é atacado por outros Dinos. O que ele faz é caminhar por Dinolândia realizando combates com seres malignos e cumprindo missões. O Dino neste jogo também pode morrer, e também pode ser ressucitado. Para melhor enfrentar seus super desafios, o Dino pode ser equipado ao longo do jogo, assim como aprender algumas técnicas, e encontrar objetos épicos (como não encontrei nenhum até agora, só sei que existem, mas não sei o que são). Assim como no Dinoparc, no Dino-RPG pode-se, ao longo do jogo, adquirir outros Dinos. Em certa altura pode-se caminhar por Dinolândia com um simpático grupo de três Dinos, que cumprem missões juntos, assim como lutam unidos. Com o desenvolver do jogo (depois de meses) ativa-se um novo jogo dentro do jogo, no qual você pode encontrar ingredientes especiais que permitam ao Dino novas habilidades ou moedinhas de ouro. Como no Dinoparc, só se pode movimentar-se uma única vez ao dia, assim como só se pode lutar uma única vez ao dia. Mas a poção da bruxa pode ajudar a um movimento extra.

miconejo1Miconejo dos três, a meu ver, é o mais meiguinho. Começa-se o jogo também adotando um animalzinho de estimação. Como indica o nome do jogo adota-se, neste caso, um coelho. Você abre uma janela onde aparecem várias fotos de foférrimos coelhinhos, onde está indicada a raça e sexo, e escolhe qual você quer adotar. Após comprar o coelhinho começa o trabalho. Tem que se cuidar do filhotinho, dando comida e água, arranjando uma jaulinha para acomodá-lo, limpando a jaulinha do coelhinho, levando no veterinário, levando para passear… Enfim… Seguindo adiante, cada dia conta como um dia de experiência com o animalzinho. Após 25 dias, e apenas após 25 dias, sobe-se para um novo nível. Enquanto, isto, limpa-se a jaulinha, dá comidinha e aguinha, leva para passear… Passado algum tempo é possível comprar mais coelhinhos e fazer uma verdadeira criação de coelhos. Também pode-se plantar uma horta que ajude com uma renda extra para o trato dos animaizinhos. Pode-se comprar melhorias também, tanto diretamente para seu animalzinho como para o jardim onde ele faz seus fantásticos passeios. Caso você não possa cuidar de seus lindos coelhinhos por uns tempos, há uma espécie de babá de coelhos (uma vizinha) que pode cuidar dos bichinhos por você. No final das contas, além de ensinar às criancinhas noções básicas do trato com um animalzinho de estimação, ainda estimula o desenvolvimento de noções básicas sobre agricultura. Se não morrer de tédio com este jogo, ao menos, aprende a ter um pouco de paciência.

Todos estes joguinhos, e os demais da Motion-Twin, têm a possibilidade de comprar partidas extras, mediante pagamento em dinheiro. É de graça mas se quiser mais tem que pagar. Ops, quer dizer, o Miconejo é exceção.

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Acesse os jogos:

Dinoparc (inglês) (espanhol) (francês) (japonês)

– em quaisquer links que se clique vai aparecer as bandeirinhas dos diferentes idiomas. Atenção para não tentar logar no idioma errado, pois assim vai acusar que seu login não está cadastrado. Tem que ser sempre no mesmo idioma.

Dino-RPG (inglês) (espanhol) ( francês)

– assim como no Dinoparc cuidado para não tentar logar no idioma errado.

Miconejo (Monlapin) (espanhol) (francês)

– no ato da inscrição pede-se que diga o amigo que indicou o jogo. Claro que você vai escrever lá Locacinoca. Não é mesmo?

Site da empresa: Motion-Twin (inglês) (espanhol) (francês) (japonês)

Molotof Tradicional (Pudim de Claras)

Quando alguém resolver fazer um doce tipicamente português, que gasta trocentas gemas e não leva clara alguma, eis a solução para aproveitar as claras: um Pudim de Claras, que por cá em terras de Fernando Pessoa, chama-se Molotof. Existem várias versões de Molotofs, assim como várias versões para a cobertura. Vamos dar a versão tradicional do Molotof (aquela que pode ser encontrada em qualquer Pastelaria lusitana).

Mas que fique bem claro, para fazer um Molotof há que ter um pouco de paciência, diria mesmo perseverança, pois dificilmente o primeiro sai com bom aspecto. Fazê-lo com perfeição é quase uma arte (ou sorte). Alguns incidentes podem ocorrer para principiantes como, ele murchar e desaparecer no fundo da fôrma, ou rachar todo ao ser desenformado. Nada trágico, afinal, assim mesmo é comestível, só não fica com aquela cara de comida de revista de culinária.

Então, aqui vai a receita de hoje, e muita sorte na tentativa de fazer seu Molotof/Pudim de Claras.

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MOLOTOF (PUDIM DE CLARAS)

molotofIngredientes:

Pudim:
12 claras de ovos
12 colheres (sopa) de açúcar
1 pitada de sal
Extra:
Margarina para untar a fôrma

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Modo de Preparo:

Numa batedeira, bata as claras em neve bem firme. Acrescente o açúcar aos poucos. A cada colher de açúcar que acrescentar às claras em neve, bata a mistura até que todo o açúcar seja absorvido, e assim, sucessivamente, até adicionar todo o açúcar. É essencial para o sucesso do Molotof que as claras estejam muito bem batidas. Unte uma fôrma de pudim com a margarina, despeje a mistura batida, espalhando-a uniformemente na fôrma. Coloque esta fôrma sobre outra com água bem quente, e asse em banho-maria por apenas 12 minutos (ou até que comece a formar uma crosta bronzeada na parte superior). Assim que esteja assado, não retire do forno. Abra a porta do forno apenas alguns poucos centímetros, deixando-o assim até que esfrie. Quando estiver frio, retire do forno e desenforme. Coloque em uma travessa redonda e cubra com a cobertura de sua preferência.

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Sugestões de cobertura:

Para cobrir o Molotof experimente usar uma calda de açúcar queimado (caramelo) ou doce de ovos.

Lendas do Corpo Seco

Corpo Seco (Maurício Pereira)

Corpo Seco (ilustração de Maurício Pereira)

Corpo Seco é uma figura folclórica recorrente principalmente no sudeste brasileiro. Apesar de muito comum no sudeste, há histórias de encontros com um Corpo Seco desde o Paraná até o Amazonas, assim como em alguns países africanos de língua portuguesa.

O Corpo Seco seria um morto-vivo que por ter praticado muitas más ações durante a vida, e agredido ou matado os pais (alguns afirmam que seria só a mãe), ao morrer, teve seu descanso negado. Há um ditado popular que diz que “quem bate na mãe fica com a mão seca”.

Assim o Corpo Seco acaba sendo rejeitado por Deus, pelo Diabo e pela própria terra onde teria sido enterrado. É que, ao ser enterrado, o Corpo Seco é expelido pela terra, aparecendo o morto desenterrado pouco tempo depois do próprio enterro, já com as carnes apodrecidas.

O Corpo Seco não gosta de água, sendo que pode ser isolado se deixado em um lugar do qual para sair se tenha que atravessar um curso d’água.

Depois de sair do túmulo o Corpo Seco começa a vaguear pelas matas próximas a caminhos, pois para sobreviver tem que se agarrar a uma árvore. Quando se agarra a uma acaba por secá-la. Portanto, se encontrarem uma árvore que secou de repente, sem causa aparente, pode ter sido um Corpo Seco que se agarrou a ela.

Dizem alguns que o Corpo Seco fica junto a caminhos, pois precisa de sangue para continuar “vivo”. Quando passa uma pessoa agarra-a e suga todo o seu sangue (como os vampiros). Se não passar nenhuma pessoa ele morre.

Deixamos aqui duas histórias sobre Corpos Secos contadas por aí. A primeira é sobre um Corpo Seco que assombra moradores há mais de 40 anos, no Vale do Paraíba, próximo a Taubaté, São Paulo. A segunda história é sobre um Corpo Seco da cidade de Colombo, que fica na região metropolitana de Curitiba, Paraná.

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CORPO SECO DO ZÉ MAXIMIANO (MONTEIRO LOBATO, SÃO PAULO)

Possível trilha assombrada pelo Corpo Seco de Monteiro Lobato, no Parque Natural do Sauá.

Provável trilha assombrada pelo Corpo Seco, em Monteiro Lobato, no Parque Natural do Sauá.

Dizem os moradores mais antigos que existe um Corpo Seco assombrando uma trilha entre os Vales do Buquira e do Trabiju, há mais de 40 anos, no município de Monteiro Lobato. Este Corpo Seco habita a gruta do Picadão. Um morador local, chamado Geraldo Periquito chega a afirmar que já viu o Corpo Seco pescando lá perto. Também, segundo Periquito, uma vez passava por esta trilha uma comitiva de uns 50 cavaleiros que seguia para uma festa de casamento. Era umas 10 horas da noite quando os cavaleiros cruzavam o trecho assombrado da trilha. Periquito diz que quando passava ouviu uma voz dizendo:

– Dá a garupa que eu também vou.

Periquito não pensou duas vezes, saiu correndo à galope.

Conta este morador local que a alma penada tem nome conhecido. Seu nome em vida era Zé Maximiano, e Periquito até trabalhou com um sobrinho do Corpo Seco numa roça, e o conheceu quando era pequeno. Dizem que virou Corpo Seco porque batia nos pais. Geraldo Periquito conheceu um amigo do Zé Maximiano, Pedro Vicente, que foi responsável em transportar seu corpo para um lugar seguro.

Ao que se conta Zé morreu assassinado, de morte matada, e foi enterrado no cemitério em Monteiro Lobato. Mas a terra expelia o defunto, que mesmo que voltassem a enterrar era de novo expelido por ela. Então Pedro Vicente foi designado para levar o corpo do Zé até uma gruta afastada e deixá-lo por lá. Levou Pedro Vicente, em um balaio nas costas, o corpo ressecado do Zé Maximiano até a tal gruta afastada, para que ele não ficasse assombrando o povo. Para chegar à gruta tinha que se atravessar um córrego, e Corpo Seco não atravessa água.

O padre de Monteiro Lobato, para proteger Pedro Vicente, entregou-lhe uma vara de marmelo benzida. Caso a assombração quisesse agarrá-lo era para bater no Corpo Seco com a vara até ele soltar. Depois de uma longa caminhada, Pedro Vicente chega à gruta, deixando o corpo do Zé no chão, e virando-se para ir embora. É então que o Corpo Seco agarra Pedro dizendo que não o deixaria partir, pois era para os dois ficarem ali juntos, para sempre. Pedro pegou a varinha de marmelo benzida pelo padre e bateu com muita força, repetidas vezes, até que a assombração soltou-lhe e ele conseguiu fugir dali, para nunca mais voltar. Ao menos é a história que se conta.

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CORPO SECO DE COLOMBO (PARANÁ)

Trilha no Bosque da Uva, Colombo, Paraná.

Trilha no Bosque da Uva, Colombo, Paraná.

(…)

Aqui, em Colombo, na região metropolitana de Curitiba, há uma história destas, que contarei abaixo :

Era uma vez um menino chamado Marcelo, filho de fazendeiros que moravam num sítio na cidade de Colombo. Este garoto tinha sérios problemas neurológicos: hiperatividade e déficit de atenção. Mas os seus pais não tinham paciência com ele, pois toda a vez que o menino aprontava na escola ou tirava notas baixas seu pai dava surras com chicotes. Com o passar do tempo o garoto cresceu e virou um rapaz.

Seus pais pressionavam este moço para passar no vestibular do curso de Direito da UFPR. No dia do resultado, o casal de fazendeiros descobriu que seu filho não foi aprovado. Assim, de noite, seu pai deu várias chicotadas em Marcelo. De madrugada o rapaz resolveu se vingar: pegou uma espingarda e atirou na sua família. Os empregados da fazenda acordaram e chamaram a polícia. Marcelo foi preso e transferido para a penitenciária de Piraquara. Lá ele suicidou-se.

Sua alma chegou ao inferno, mas nem o diabo quis e o seu corpo foi expulso do cemitério pois nem as outras almas e nem os bichos da terra permitiram que ele continuasse lá. Assim o morto-vivo caminhou até a sua antiga residência, que era numa fazenda em Colombo. Então seu corpo secou e ele passou a dormir em troncos ocos de árvore de dia e saia vagando todas as noites.

Um certo dia este zumbi estava dentro de um tronco de uma árvore, quando escutou a conversa de um casal. O rapaz falou assim para a moça:

– Não passei no vestibular, quando a minha família souber, não saberei o que fazer: Será que mato os meus pais, ou me suicido?

Desta maneira a garota respondeu:

– A solução é não fazer nada. Por favor, não faça nenhuma besteira!

De repente, a moça se afastou. Aproveitando a oportunidade, Marcelo saiu de dentro da árvore e exclamou para o rapaz:

– Boa tarde! Com licença!

O garoto exclamou:

– Quem é você? Parece uma assombração!

Marcelo explicou :

– Eu sou, realmente, uma assombração. Virei Corpo Seco, pois matei meus pais porque eles brigaram comigo por não ter passado no vestibular. Por favor, não mate a sua família! Pois, você acabará como eu!

Então, após escutar estas palavras, o rapaz saiu correndo.

Alguns dias depois, o mesmo moço surgiu com uma corda no mesmo lugar. Ele colocou a corda no pescoço para se suicidar. O zumbi, que observava tudo, tomou o caminho da estrada para avisar a namorada do suicida. Desta forma a pretendente do rapaz chegou ao local e conseguiu evitar a tragédia.

Reza lenda que este Corpo Seco, até hoje, continua vagando pelas fazendas de uva da cidade de Colombo.

escrito por: Luciana do Rocio Mallon

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Fontes:

Corpo Seco de Colombo, de Luciana do Rocio Mallon – Texto Livre

Corpo Seco do Zé Maximiano, Jornal do Vale Paraibano

Capitu

capitulinaHá mais de 100 anos tenta-se descobrir se Capitu traiu Bentinho ou não. E como Machado de Assis já morreu não temos como perguntar a ele.

O jeito é você ler o livro e tirar suas próprias conclusões, se é que você chegará a alguma conclusão. Como é um livro de muita idade já é de domínio público e você pode baixar da internet sem cometer crime. Aqui está o link para o livro.

Algumas informações sobre o livro e o autor são importantes para você se localizar, caso não conheça. Machado de Assis é um dos maiores nomes, se não o maior, da literatura brasileira, nasceu no Rio de Janeiro em 1839 e morreu também no Rio em 1908. Era filho de um pintor de paredes negro e uma lavadeira açoriana. Não frequentou a escola regular. Ao que consta tinha problemas de saúde como epilepsia e gagueira. Perdeu os pais ainda criança. Vivendo com a madrasta foi vender doces em uma escola, e é então que tem contato com professores e alunos, e provavelmente começa a ter alguma instrução regular. Aprendeu francês e inglês e traduziu ainda jovem um romance de Vitor Hugo para o português, Os Trabalhadores do Mar, e o poema de Edgar Allan Poe, O Corvo.

Quanto a obras próprias, a primeira de Machado de Assis foi “Ela”, quando ele tinha apenas 15 anos, e trabalhava em uma tipografia. Então não pára mais, colaborando com jornais e revistas como contista, cronista, poeta ou crítico literário. Em 1864 publica seu primeiro livro, Crisálidas, e 5 anos depois casa-se com uma portuguesa chamada Carolina Augusta Xavier de Novais, irmã do poeta Faustino Xavier de Novais, com quem viveu durante 35 anos. Em 1873 ingressa na carreira pública na qual ficará até aposentar-se como diretor do Ministério da Viação e Obras Públicas. Foi o primeiro presidente da Academia Brasileira de Letras, e na época da fundação da academia era considerado o maior nome vivo da literatura brasileira.

Foi um contista, cronista, poeta, romancista, teatrólogo, jornalista que escreveu vários romances, centenas de contos, crônicas e poemas. Entre os seus romances encontra-se o já citado da história de Capitu. O nome do livro é Dom Casmurro, foi publicado em 1899, e é o livro da literatura brasileira traduzido para o maior número de idiomas. Dom Casmurro é um dos personagens centrais da trama, Bentinho, que além de personagem é o narrador da história. O livro conta a trajetória do amor entre Bentinho e Capitu, mas sempre dando a visão apenas de Bentinho, por esta razão, nunca sabemos o que aconteceu realmente, apenas o que Bentinho acreditava que se passava. É ambientado no Rio de Janeiro do Segundo Império, e mostra toda uma realidade social da época. Porém, independente disso, o que prende a atenção do leitor e o faz inclusive reler o livro, são as dúvidas de Bentinho sobre uma possível traição de Capitu.

bentinhoecapituEsta suposta traição, que continuamos sem saber se existiu ou não, inspirou estudos, filmes e séries. E a última obra televisiva inspirada na misteriosa e fascinante Capitu de Machado de Assis, é uma micro-série chamada Capitu. Em comemoração aos 100 anos da morte de Machado de Assis, muito se fez relembrando a vida e obra deste grande escritor. A micro-série Capitu foi uma destas realizações.

Além de nos relembrar da já velha e imortal história de Bentinho e Capitu, a micro-série tem todo um jeito de ser diferente das produções que normalmente vemos na televisão. Uma mistura de teatro, circo e musical, com uma trilha sonora peculiar, e alguns atores desconhecidos da televisão, mais uma vez é recontada a história da suposta traição. Recontada em uma adaptação, não sendo fiel ao livro, mas sendo fiel à dúvida eterna sobre a traição. A série foi dirigida por Luiz Fernando de Carvalho, contando no elenco com nomes como Eliane Giardini (Dona Glória, mãe de Bentinho), César Cadadeiro (Bentinho jovem), Pierre Baitelli (Escobar jovem e Ezequiel adulto), Letícia Persiles (Capitu jovem), Michel Melamed (Bentinho adulto), Maria Fernanda Cândido (Capitu adulta), entre outros. A série que se desenrola em apenas 5 capítulos, reconta de forma peculiar a clássica história. Foi ao ar entre 9 e 13 de dezembro de 2008.

É, em uma opinião muito pessoal, mais interessante pela forma como a história é contada do que pela história em si (desculpe Machado). A originalidade das formas, cores e musicalidade da série fazem com que ela valha a pena independente de ser a releitura de uma obra machadiana. Assista ao menos para estimular seus sentidos visual e auditivo.

Fique com o vídeo feito com imagens da série ao som de Elephant Gun, do grupo Beirut.

Flor do Tigre (Tigridia pavonia)

tigridia00A Flor do Tigre é uma planta da família das Iridáceas, sendo nativa do continente americano, ocorrendo desde o México até o Chile.

Entre os Astecas era chamada de Oceloxochitl (flor do jaguar), por sua parte central interna ter manchas como as do animal. Esta flor já era conhecida e cultivada pelos astecas há milhares de anos. No México, atualmente, é chamada de Cacomite.

No habitat natural, os bulbos são encontrados em profundidades de 3 a 15 cm na selva. Mas não se recolhe bulbos da Natureza para a reprodução, sendo esta feita através de enxertos com espécies próximas. Deve-se plantá-los a uma profundidade de cerca de 5 a 10 cm, com um distanciamento em torno de 10 cm. Deve-se ter atenção ao volume das folhas, que chegam a ter mais de 60 cm de comprimento e aparecem em considerável número.

A flor é composta por quatro grandes pétalas arredondadas nas extremidades, com a parte superior das pétalas com uma cor uniforme, e a outra parte, separada por um semi-círculo, forrada de manchas. Na parte interna possuem mais três pétalas que apresentam as mesmas manchas da parte inferior das pétalas externas, com a presença de inúmeras pintas laranja-avermelhadas. As flores podem ser vermelhas, brancas, rosas ou laranjas. As pintas laranja-avermelhadas podem variar em quantidade de uma flor para outra, sendo que algumas flores podem ter muito poucas pintas ou mesmo nenhuma.

tigridia01As flores apresentam-se em cachos, abrindo-se uma a uma, ao nascer do sol, ou umas horas mais tarde caso o dia esteja nublado. A duração da flor é de apenas um dia, sendo que em algumas variedades não chegam a durar um dia inteiro, murchando ao final da tarde as que duram mais tempo. Florescem nos meses mais quentes, e passam por um período de dormência nos meses mais frios. Após o murchamento da flor, começa a formar-se o fruto, em formato alongado separado em três gomos verticais, onde serão produzidas as sementes que também podem ser usadas para a reprodução da planta.

Precisam de um ambiente sempre úmido, fazendo-se necessário uma rega constante para um bom desenvolvimento da planta. Em alguns de seus habitats naturais vivem mesmo em áreas inundadas. Para cultivo em jardins é recomendando, no entanto, um solo bem drenado mas úmido. Necessita de sol direto para seu pleno desenvolvimento e para que as flores fiquem abertas por mais tempo.

Passam por um período de dormência nos meses mais frios, aparencendo as folhas em forma de lança sanfonada na primavera. Somente depois do aparecimento e crescimento total das folhas, aparecem as hastes que darão origem às flores. Logo após a floração, ainda antes do período de dormência, é recomendado o fim da rega.

Durante a dormência os bulbos devem ser mantidos secos. Os novos bulbos só atingem o tamanho adequado para o desenvolvimento pleno da planta após três anos. Também após três anos, os bulbos devem ser retirados da terra e replantados, eliminando os mais desenvolvidos. Os bulbos podem servir de alimento, cozidos como batatas ou transformados em farinha.

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Fontes:

Pacific Bulb Society

Pacific Bulb Society (descrição)

Suite101.com

Wikipedia (espanhol)

Queijadinhas Brasileiras

Como eu já disse antes, queijadinha brasileira tem como ingrediente indispensável côco ralado. Ficam aqui duas receitas práticas de queijadinhas de côco. A segunda, no entanto, não é brasileira, e é uma receita feita com um queijo regional português. Portanto, é uma queijadinha brasileira que só dá para fazer quem está por cá, já que achar este queijo no Brasil é praticamente impossível. Mas ele pode ser substituído por queijo parmesão, pois são queijos do mesmo tipo (curado), ainda que não sejam iguais.

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QUEIJADINHAS DELICIOSAS

(byCarmen)

Ingredientes:

queijadinhasdeliciosas Massa:
2 xícaras (chá) de farinha de trigo
100g de manteiga
1 pitada de sal
1 ovo inteiro
2 colheres (sopa) de açúcar
Recheio:
250g de côco fresco ralado
1 pitada de sal
3 gemas de ovos
1 lata de leite condensado
1 xícara (chá) de açúcar
1 colher (sopa) de manteiga

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Modo de Preparo:

Massa:

Misture todos os ingredientes e amasse muito bem com as mãos, até obter uma massa lisa e homogênea. Abra a massa com um rolo e coloque porções dentro de forminhas de empada untadas, espalhando bem para que apenas forre o fundo e as laterais das forminhas.

Recheio:

Coloque todos os ingredientes, menos a manteiga, em uma panela. Leve ao fogo baixo, mexendo o tempo todo, até que comece a engrossar e soltar do fundo e das laterais da panela. Retire a panela do fogo e junte a manteiga. Mexa muito bem até toda a manteiga incorporar-se à mistura. Coloque porções desta mistura nas forminhas onde já está a massa.

Asse em forno pré-aquecido a 180ºC, por cerca de 30 minutos ou até que fiquem douradas. Espere esfriar para desenformar, coloque em forminhas de papel e sirva.

Rendimento: cerca de 24 unidades.

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QUEIJADAS BRASILEIRAS

(adaptado de Delícias e Companhia)

Ingredientes:

Queijadas brasileiras feitas e fotografadas por Manuela.

Queijadas brasileiras feitas e fotografadas por Manuela.

4 ovos inteiros
100 g de côco ralado
300 g de açúcar
100 gramas de queijo de São Jorge ralado (caso esteja no Brasil pode usar o Parmesão)
manteiga para untar as forminhas
farinha de trigo para polvilhar as forminhas

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Modo de Preparo:

Misture todos os ingredientes muito bem, ou bata tudo na batedeira. Unte e enfarinhe forminhas de empadinha e coloque a mistura. Leve ao forno pré-aquecido, a 160ºC, temperatura média, e deixe por cerca de 30 minutos ou até começarem a dourar. Deixe esfriar e desenforme cuidadosamente. Coloque em forminhas de papel.

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Para matar a curiosidade de quem nunca ouviu falar sobre este queijo de São Jorge, que também pode ser encontrado com o nome de queijo da Ilha, fica aqui o link para maiores informações.

Açores